Numa demonstração de unidade, milhares de manifestantes marcharam até ao parlamento da Nova Zelândia na terça-feira para exigir a preservação dos direitos do tratado Maori. Os protestos, um dos maiores da história recente da Nova Zelândia, destacaram as crescentes tensões entre a Coroa Britânica e os chefes Maori sobre o projeto de lei proposto pelo líder do Partido ACT, David Seymour, para alterar o tratado fundador do país.
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O Tratado de Waitangi, considerado o documento fundador da Nova Zelândia, existe em duas versões – inglesa e maori – que diferem em pontos importantes, especialmente em torno da autonomia e dos direitos à terra dos chefes maori. Foi assinado em 6 de fevereiro de 1840 por representantes da Coroa e dos Chefes Britânicos. Ao longo dos séculos, a invasão da Coroa resultou na perda de terras Maori e na supressão de sua língua.
Desde a década de 1970, Ativismo Maori E a forma como a Nova Zelândia lida com o acordo moldou o processo legislativo. Bilhões foram pagos em assentamentos, a língua Maori foi revivida e os princípios dos tratados ditam agora a lei do país.
Protesto que dura uma semana
Manifestações seguem tradição Maoriandando‘, começou há uma semana e percorreu todo o país antes de chegar a Wellington. Multidões marcharam pelas ruas da capital, agitando bandeiras, cantando canções Maori e segurando cartazes contra o projeto de lei. A polícia estimou que mais de 40 mil pessoas encheram os terrenos do Parlamento e as ruas circundantes, forçando o encerramento de estradas.
“Estamos cumprindo a promessa dos nossos antepassados”, disse um manifestante.
O projeto de lei, apresentado por David Seymour, líder de um pequeno partido libertário, visa estabelecer definições claras para os princípios do tratado. O projeto de lei causou alvoroço político, com críticos alegando que poderia desfazer décadas de progresso no cumprimento do Tratado de Waitangi de 1840 entre os chefes Maori e a Coroa Britânica.
Projeto de lei de Seymour
O ministro de Assuntos Regulatórios da Nova Zelândia, David Seymour, visa redefinir os princípios do tratado e torná-los universalmente aplicáveis, argumentando que o sistema atual favorece injustamente os maoris. “A construção gradual do dinheiro do tratado deixou um vácuo e deu tratamento especial aos maoris”, disse Seymour.
Os críticos, incluindo antigos primeiros-ministros, juristas e líderes Maori, alertaram que o projecto de lei compromete a constituição e mina os direitos garantidos pelo tratado.
O primeiro-ministro Christopher Luxon disse que a proposta não se tornaria lei.